2.1.07

Louca realidade

Acredita. Acredita pois existes. Sofre. Sofre pois és humano. Luta. Luta pela vida.
Lançaste-te para o meio da multidão. Suavas por todos os lados. OS teus olhos estavam brancos. Todos a tua volta te olhavam com desprezo. Todos se afastavam de ti, como se fosses um nojo, um resto. Não sabes onde estas, arrastas-te por todo o lado. Paras e suicidaste. A tua volta o mundo continua a andar. Nada faz sentido, mas tudo continua. Todos vivem as suas vidas absurdas. Todos discutem pela futilidade estampada na sua fase. Bebem o seu segundo café do dia. Ofendem-se nas costas uns dos outros. Confessam a sua falta de cultura. E sobrevivem. Pobres coitados. Julgam-se alguém nos seus universos paralelos de inocência e ignorância. Observam pela televisão morte em directo. Abanam a cabeça e dizem a si mesmos “O mundo está louco.” E tu não estas? Vendo de fora és tu que me pareces o louco. És um louco! Sim tu, tu que és comum, tu que existes neste País! És um louco, e o maior deles todos. Sabes porquê? Porque nada fazes.
És um louco pois observas a tristeza, a corrupção e a desgraça dos outros. Gostas de ver. Não passas de um tolo. És patético. Tu mais o teu trabalho idiota e monótono. Gostas de chegar a casa. Desabafares as tuas frustrações na linha SOS. Gostas de demorar uma hora em higiene pessoal para surpreenderes quem? Nem tu sabes. Gostas de encomendar o teu jantar e comeres em frente as notícias da Tv. Esperas os seus intervalos de injecções publicitarias. Refilas pelo nada e recuperas o desespero espantado em repórteres de fogo cruzado. Dizes para ti mesmo “É o que merecem!” Vês o rosto de uma criança chorar no jornal das nove, e continuas na tua. Vês a vida de outros em “reality shows”. Curtes a primeira idiotice que te apareça a frente. Olhas o mundo falso que se cria todos os dias, para o teu entretenimento. E deitaste e adormeces para mais um dia igual.
És um louco. És o pior deles todos. És louco pois trocas a tua integridade por segundos de entretenimento. És louco pois consumes aquilo que o teu País te dá, e o teu único momento de revolta é um voto no teu partido favorito. És louco, pois não tens cultura, inteligência, ou mesmo coração. Irás chorar no dia em que morreres. No dia que perceberes a maneira estúpida como desperdiçaste a única vida a que tens direito. E nesse dia, eu quero estar lá. E sem dúvida lá estarei. A olhar para o espelho e a perceber que somos a mesma pessoa.
O mesmo louco a morrer na sua inutilidade e ilusão.
MJCC (02.01.07) Procura-se tratamentos domiciliários e cultura em vacinas

5.12.06

História concluída

Pensei em escrever-te uma carta. Com nome, sentido, e assinatura. Lá escreveria sobre a minha vida, as minhas conquistas e as minhas derrotas. Falaria de como estou, do que sinto e como estarei. Na carta gostaria que me pudesses responder as perguntas no último paragrafo. Como estás? Que tens feito? És feliz? Acabo a minha carta com uma despedida, e um forte sentimento de saudade. Contudo, agora que guardo a carta no envelope, falta-me algo. Não sei onde moras, nem o teu nome, nem como és. Bloqueio. Como se me tivessem trespassado. Fiquei destroçado. Sei para quem gostaria de enviar a carta, “Para ela” aquela que me faria de mim alguém novo. Sem os defeitos e características que eu tenho. Sem o sentimento destroçado, ou falta de sentido. Escrevo a carta para quem me fará alguém. Escrevo a carta para quem ainda tem esperança em mim e não se arrepende de continuar a acreditar que serei alguém. Não escrevo para quem me ama. Mas quem pensou nunca me amar. Escrevo a carta para quem tiver tempo de a ler. Escrevo as minhas memórias num papel e mando-as ao mar numa garrafa. Talvez alguém as leia um dia. Possivelmente um pescador as apanhe, um que não saiba ler, e as mande de volta ao mar. Sabendo que é ai o seu lugar. Sem rumo nem corrente. Gigante e infinito mar, mar de memorias, recordações e sonhos a já muito perdidos. Gostaria de algum te escrever. Não tenho a tua morada, nem sei em que país vives. Não sei como estás. Não sei como vais ficar. Não sei com quem tas, ou se alguém te magoou. Não sei se precisas de chorar ou de sorrir. Não sei se precisas que te abrace ou apenas que te acompanhe. Nessa tua caminha, de ida para o teu mundo, imenso e diferente. Não sei quem és. Mas sei que gostaria de te ver. De te tocar, de saber que existes. Não será agora, nem daqui a cinco meses. Mas quando ambos estivermos prontos para nos ver.

MJCC (05.12.06) Eu e a minha procura do reflexo ideal.

2.12.06

Razão traduzida

Sou tão frágil quanto tu. Tão corrupto quanto tu. Tão humano quanto tu. Olhamos a nossa volta e vemos semelhantes. Não passamos de mais uns neste mundo. Olhamos a nossa volta e admitimos o que somos. Seres humanos. Perversos e fracos seres vivos. Estou atraído por tudo. A vastidão deste mundo meu, apaixona-me. Pouco faz dele um lugar belo, e contudo todos nós o aceitamos. Não seria belo, se um dia, apenas as coisas belas tivessem direito a viver? Se um dia, a população feia e egoísta, fosse lavada com água e sabão, e brilhasse de luz pura e verdadeira. Se um dia as línguas falsas e traiçoeiras, fossem ceifadas pela bondade ambulante. Se tudo fosse belo, nada seria despropositado, nada seria errado. A beleza no mundo daria uma razão para a inter ajuda, a coragem, o sacrifício para o bem comum. Contudo tal não se identifica. Somos seres humanos que, justificamos o mundo como um lugar, felizmente imperfeito. Gostamos de dizer que se o mundo fosse cheio de bondade e alegria, então este seria secante. Dizemos que se o mundo fosse perfeito, então este não teria razão de ser. De que nos serve um mundo perfeito? Para nada. Dizemos obrigado a Deus pela imperfeição que pôs no mundo. Dizemos obrigado a Deus pelo terrorismo e igualdades falsas por todo o globo. Dizemos obrigado a Deus, por sermos humanos. O nosso mundo não é perfeito, e tal não é de louvar. Somos seres humanos, um dia vamos morrer, e a única coisa que nunca tivemos na vida, foi paz no mundo. Vamos um dia morrer, a nossa volta familiares, amigos e conhecidos aguardam pelo demónio infernal. Alguns já cobiçam o que deixas em terra. Outros temem que a tua perda os trará a desgraça e infelicidade.
Contudo o mundo tem a sua beleza. Tem os seus momentos, as suas manias, as suas manhas. O mundo está repleto de seres humanos, todos eles com histórias para contar, vidas para viver, objectivos para cumprir. Esta rara beleza da ao mundo uma razão de viver. Da ao dia uma razão de brilhar. Da ao olhar uma razão de não parar de piscar, observar, memorizar, este mundo cheio de momentos e segredos para desvendar. Somos seres humanos, sem dúvida. Vamos morrer um dia. Não o podemos negar. Mas o pouco de belo que a no mundo, é uma razão para existirmos. È uma razão para prosseguirmos. É uma razão para não nos asfixiarmos por entre as paredes do desespero, não nos matarmos por entre recordações de um negro passado, não desistirmos desta tão vaga e complexa humanidade.
MJCC (02.12.06) Espirito e ventos de mudança

11.11.06

Sentido Voador

Levanta as asas e voa anjo. Pois és perfeito, feliz e altruísta. Sorri, pois para ti o mundo é belo. Os teus olhos são grandes. Olhas para todo o lado como se fosses criança curiosa. Sorris, pois és feliz. Levanta os braços anjo, e abraça o mundo. Dança comigo anjo. Leva-me para esse teu mundo azul e plano. Deixa-me agarrar a tua mão e leva-me contigo. Bate essas asas brancas e faz de mim um anjo. Limpa-me de cicatrizes e de defeitos. Leva-me para esse mundo belo e voador. Leva-me para onde quiseres. Faz-me respirar nessas nuvens gigantes. Abraça-me anjo. Explica-me o que é o mundo. Faz-me o ser mais feliz do mundo. Beija-me anjo. Faz-me feliz anjo imaculado.
Temo por ti anjo. E se te cortam as asas? Terão os teus anjos amigos, alguma maneira de te trazer de volta. Ou serás tu enterrado abaixo do solo como um renegado? Não, fiques triste anjo. Caíste a Terra e não consegues voar. Os teus anjos amigos ainda sorriem, como tu. Voam para a Terra para te abraçar, beijar e te levarem para um dança que só eles sabem. Todos sorriem, todos cantam. São anjos alegres, de olhos abertos para o mundo belo que admiram. Caíste para terra mas não estas triste. Cortaram-te as asas anjo. Mas és um ser perfeito e belo. Não voas mas existes. E isso, ninguém te tira.
Ah, anjos voadores, levem-me convosco. Agarrem-me e não me deixem fugir. Levem-me nos vossos braços e deixem-me dormir, abraçado a vossos. Rodeado pela vossa felicidade e bênção. Sinto-me bem. Amado e feliz. Cantem me uma melodia de anjos e façam me esquecer o meu mundo, nem que por minutos. Adeus anjos. Pois, não sou o único a precisar de ser amado. Cuidem de quem mais sofre. Obrigado pela viagem, um abraço e até a próxima vez que me poderem ver, aqui na Terra, fechado no meu pequeno mundo redondo. A espera, a espera de voar convosco. A espera de ser anjo.
MJCC (11/12.10.06) Anjo por um dia, ser humano toda a vida

6.11.06

Vida Pessoal

A criança olha-se ao espelho. A sua cara é pequena e inocente. Lágrimas caem dos seus largos olhos negros. Nunca foi amada. Nunca sobe o que é ser feliz. Todos os dias lhe batem. Todos os dias lhe cortam pouco a pouco a sua inocência. Lágrimas negras caem dos seus olhos. Não há razões para a ser feliz. Nos seus braços brancos nódoas negras surgem, dia após dia. São o seu cancro. São o custo da sua infelicidade. São o seu tabaco, a sua droga. Nunca lhe abraçaram. Nunca adormeceu em braços protectores. Nunca foi amada. E dia após alguém a viola. Alguém a maltrata e abusa do seu corpo infeliz.
È jovem esta criança. Não deseja ser rica ou famosa. Apenas quer ter uma amiga. Deseja ter uma criança com quem possa brincar. Alguém real, que não um boneco sujo e roto. Alguém real, que não um fruto da sua imaginação. Alguém real, que não a sua consciência. As vezes sonha em estar numa escola, em ter amigos, em ter alguém com quem falar, abraçar, amar. Sonha um dia, um só dia, poder ser feliz. Poder ter uma recordação alegre. O seu maior desejo é ter uma foto de alguém que a ame. Uma memória eterna de um momento feliz.
E contudo não tem. Contudo é infeliz. É doente. É impossível. E quando todos lutam para viver a sua única vida neste mundo, ela luta por morrer. Duma forma dolorosa ou não, desde que morra. È tudo aquilo que deseja. È uma morte. Por favor ela só quer morrer. Deixam-na morrer!
Ela chora. Pois hoje acabou e o amanhã traz novas violações, novas dores, novas tristezas. E ela não consegue sonhar. Adorava poder sonhar. Adorava poder fugir deste mundo. Mas não sabe sonhar. Bastam-lhe lágrimas negras de sofrimento e falta de amor. Basta-lhe ser violada e ser usada. Basta-lhe ser espancada e assassinada.
MJCC (06.11.06) Consciência usada e violada por um mundo azul

2.11.06

Rastejar inseguro

Sentimento de culpa. Falta de sentido. Peço por mais.
A minha consciência cai. Por corredores negros, corro desesperado. A falta de razão. O medo da prisão. O meu mundo confuso. Rastejo para uma saída. A minha alma escurece. Morro lentamente. Pois já não me sinto confortável. Esta falsa segurança. Esta imagem translúcida de quem sou. Quero mais! Os meus defeitos marcam o meu reflexo. Sei que não devia ser assim. Sei que sou mais que tudo o que me corrompe. Mas não sou capaz. Trocava o ser poeta, por um dia ser ignorante. Preferia ser um idiota feliz, do que pseudo-intelectual. Cheguei a conclusão final. Ao momento da justiça. Ao deus que não existe. Nunca quis ser feliz. Nunca quis ver-me a sorrir. Porque considero isso, um luxo de mortais incultos. Considero o dom de ser feliz, de quem nada teme. De quem não se importa com o que o rodeia. E ainda hoje troco uma sala cheia por uma vazia. Pois não suporto. Não quero o ar sufocado com a presença de quem é feliz. Não consigo. Seguro-me a falsa imortalidade que construo. E admito que não quero mais.
MJCC (02.11.06) Simbologia feita razão

14.10.06

Passageiro Clandestino

Vejo a loucura num reflexo. São olhos de um louco sem alma, sem vontade, sem droga para saciar a sua sede. È um viciado, dependente de tudo, menos do mundo. Acabado em lixo de rua. Bêbado de gotas perdidas de vomitados de juventude viciada no álcool. O seu gozo e razão para viver… A longa espera, pela morte.
Mas ainda sabe ver, a tristeza de uma humanidade, condenada pelos seus pecados, pelos seus erros, pela sua falta de cuidado. Ao ver o mundo ameaçado, condenado, perdido para sempre, chora, pois ninguém quer saber. Ninguém se importa com a memória dos defuntos, a cinco metros do chão, repousam, consumidos e sujos de insectos carnívoros. E sem quererem saber gritam para uma plateia de gente condenada: Vamos todos morrer!
Não querem saber, não querem viver. Falam orgulhosos de um doido bêbado. Vão em grupos para a casa de banho. Morrem na sua própria criação.
Apaguei nomes da minha memória. Estava cheia. Cheia de pessoas desconhecidas, de pessoas interesseiras, de pessoas sem importância. Uma a uma, são agora, passado. Talvez um dia os confronte de novo. Por enquanto são nomes, nomes que a humanidade pergunta-me uma vez e outra, se os quero erradicar deste mundo. Digo que sim. Um longo adeus, e que façam tudo o que não fiz.
Sou passageiro, clandestino neste meu mundo. Estou fora, fora deste destino perdido em gente que não compra o bilhete, e passa a frente na fila. Contra a parede, e respeito pelo mundo. Se nem tu o irás respeitar, como podes esperar que ele te respeite a ti? Chora, pois perdeste tudo numa aposta. És o resto, o resto do mundo, feito em pedaços e morte de quem nunca fez nada mais, que tentar viver mais que seis segundos num mundo, a já muito condenado.
MJCC (14.10.06) Ressacado? Normal então…

2.10.06

Depressão Irreal

O amor é supérfluo. A paixão é ilusão. O coração é negro. A vida é um inferno. Viajo para longe. Alto é o monte Olimpo onde sou recebido. Sou negado pelos Deuses. Nego a minha existência. Nego o dia em que me conceberam. Nego o dia que escurece.
Não sou um aparte de uma ciência. Não faço parte do resto do mundo. Sou uma alma errante. Mas duvido que tenha alma. Faço parte daquilo que chamo, lixo. Sou um bocado de poeira que não sabe parar de rastejar. Sou um animal a procura da sombra. Sou um ser sem existência. Sem actividade celular. Sem pulmões a funcionar. Um mal tratado rosto.
Tenho um sonho, onde me estou a rir. Estas lá. Enforcada pelo meu ódio. E eu, apenas, me estou a rir do teu sorriso morto. Cruzo o olhar, com aqueles que me fizeram, odiar a vida, como é. Vejo o idiota, que nasceu deficiente. Vejo o corcunda incompreendido. Sou pássaro flamejante, no meio desta tragédia grega. Apetece-me chorar, mas os animais não choram. Apenas gemem de tristeza. Gemem ansiosos pela liberdade, das correntes de aço.
Passo grande parte da minha vida a dormir. Gosto da ideia que a um lugar onde posso ser feliz. Onde me posso rir da tristeza que é esta minha realidade.
Oiço sons de elucidativos. Que me façam lembrar da verdade. Do rosto que me atormenta. Não me queixo. Não me quero juntar aos queixosos que se lamentam por coisas fúteis e idiotas! Não quero um idiota de um ser humano a comentar-me! Vai para o inferno, ser defeituoso!
Quero pois, o pobre que corre para receber a moeda de um carro já arrumado. Quero a cigana que, traz a sua filha ao peito, para meter pena. Quero o ladrão que, da um aperto de mão depois de me roubar. Quero o político que, promete entrelinhas, um salário gigante pelo meu esforço e suor. Quero o adepto de futebol que, chama nomes nunca antes ouvidos pelo ser humano. Quero as vacas e as prostitutas que, andam por ai, a cobrar mais do que costume. Quero os consumidores de droga a andarem pela rua, de braços abertos para o mundo que tanto os vicia. Quero aquele ser idiota que, existe, e irá para sempre existir, e por muito que tentemos, ele estará sempre lá nojento e odiado.
Quero…Uma vida, sobre-humana. Defeituosa ou não, tanto faz. Apenas sem os defeitos que a minha espécie carrega. Sem os sorrisos desprezados. Sem a tristeza de ilusão!
MJCC (02.10.06) Voz aguda a ecoar na minha mente.

20.9.06

Impressão Solar

Lavei a alma. Por segundos esqueci-me do mundo lá fora. Das preocupações que me assombram, dia após dia. Das saudades ou desejos incompletos que me queimam a mente. Dos desejos incorrectos duma vida estúpida e insignificante. Esqueci-me, por momentos, do que me preocupa. Do que me magoa. Do que me assombra.
Por segundos, estive noutro lugar. Um lugar longe, perdido no vácuo, mas cheio de tudo. Um lugar, perto do Sol, mas longe o suficiente para não queimar o meu olhar. Para não queimar os meus sonhos. Para não queimar as cinzas das minhas recordações.
Estive perto de mim mesmo. Pronto a interpretar os meus alcances e os meus encantos. Pronto a tirar partido de quem sou. Disposto, a me perguntar, o que prometi. Disposto a saber que desejo é esse, de me tatuar, com a simples palavra, “prometi”.
No meu íntimo, receio a simples menção, da minha promessa. E enfim acabei por cicatrizar, na minha alma, essa dura conclusão. A conclusão do que quero fazer. E no fundo não consigo deixar de me rir. Pois, ao que parece, não estive cá nestes últimos anos.
Esteve um sujeito qualquer, que ao que parece me tirou as convicções, os desejos, a vida. Um tipo sem nome, que se aproveitou de mim, e de todos aqueles que acreditaram em mim. Não culpo, a esse, que me controlou, os meus erros, mas culpo a mim, que nunca fui capaz, nem de cuidar de mim, quanto mais de quem me ama. Mas prometi.
Apesar de querer cumprir essa promessa, acabo por me condenar a mim mesmo. E começo a achar, que as promessas são desejos nem sempre desejados. Promessas parecem ser feitos que queremos cumprir, mas que quase nunca temos noção da sua dificuldade. Parecem ser frases declarativas, sem sentido, mas ainda com o ponto final. A meu ver, quando prometemos algo, não passamos duns parvos, com desejos por cumprir.
Acho, agora, idiota a promessa. Acho absurdo alguma vez ter prometido o que prometi. Mas não me arrependo. Não. Acho piada apenas, ao que era e ao que sou. As mudanças que se dão. E as coisas que nunca esperei acontecerem. Hoje, acordo com o desejo incompreendido de um amanhã. Um amanhã mais completo. Sem demoras em quem sou. E com pressas em quem já não temo ser.
MJCC (20.09.06) Finalmente, um ser humano.

14.9.06

Suspiro na sombra

Sorrir por obrigação. Falar por educação. Viver por opção. Vida, conjunto de leis que nos forçam a ser educados, a viver dentro dum limiar do aceitável, disposto por uma educação e princípios de infância. Sorrir a piadas secas. Falar a estranhos conhecidos. Viver, pois ainda não morri.
Fico saturado. Talvez, seja frágil ao ponto de não me habituar a esta rotina, ao ponto de não aceitar esta vida, ao ponto de não me corromper. Não considero-me invulgar. Sei, que não sou único. Inútil perante a multidão. Multidão essa, viciada em números e contas bancárias. Viciada no seu mundo privado. Viciada no seu sonho de auto realização, auto satisfação. Gente estranha esta. Com um olhar indefinido e arrependido. Arrependido? Do quê? Sabe se lá. São gente sem vida, gente sem sentido, viciada na sua mísera satisfação. Consumidora de mass media, autor de corrupção e masturbação simulada, para auto imagem pessoal. Para o seu ego. Para a sua vida simples, a desejo próprio. Gente que gosta de ter pena. Sim. Sempre prontos a verter uma lágrima pelas vitimas de, alguma coisa. Prontas a ter pena daquilo que vêem, em destaque, por noticias espalhadas facilmente pela velocidade da evolução humana. Mas ao menor momento de darem mais que apenas uma lágrima ou um suspiro de pena, trocam-no por um olhar de desprezo ou um desviar da retina, para qualquer lado, que não o de um pobre vagabundo a pedir uma moeda. Um troco do metro. Um corpo estranho, enfim, a um bolso roto e desfeito pelo tempo, convertido em bate portas e pede ajuda. Ajuda, a gente comum. Gente que trabalha dia e noite, para conseguir manter uma vida pessoal no limiar do aceitável, uma vida pessoal convertida em mexericos de uma minoria que apenas tem o sufixo de “nova” para se distinguir. È o desejo de prosseguir que as faz viver. È o desejo de dar graxa e trocar a honra por um lugar acima do comum. È um olhar de inveja e de conhecimento, de uma vida fora de pessoal, convertida em gente bem sucedida.
Continuo saturado desta confusão. De organização. De implantação celular e molecular, em busca de uma razão. Continuo insatisfeito, no meio de tanta transformação. Fusão de corpos em busca de crescer, em busca de satisfazer, em busca de impressionar. A evolução, pois convêm dar-lhe esse nome. Estou obrigado a me virar e sorrir. Obrigado a aceitar esta rotina desordenada e infestada. De sonhos e treçolhos. De vontades compradas. De caminhos sem passadeira.
MJCC (14.09.06) De volta a intitulada, satisfação familiar.

31.8.06

Ausência Justificada

Percebo agora, que não foste um erro. Percebo agora, que não estou arrependido. Percebo agora, que nunca te esquecerei. E porquê? Porque razão me atormentas tanto? Porque é que em tudo o que faço, és a minha sombra? Não estou arrependido. Percebo agora, que os erros que cometo, são de louvar. Estou e para sempre estarei, satisfeito, por ter cometido erros na vida. Pois é dos erros que aprendemos a viver. Não me arrependo de os ter cometido. Talvez os cometa outra vez, e outra vez, e outra vez. No fundo sou humano. Sei que errar faz parte do meu crescer. Fazem parte da minha existência. Não me arrependo. Não me massacro mais. Não me importo. Percebo agora.
Os erros que tanto quis negar. Tanto quis esquecer. Tanto quis, poder voltar atrás, para não os fazer. São hoje, cicatrizes. São hoje marcas. Marcas que fazem de mim quem sou. Talvez me possa orgulhar delas. Talvez um dia alguém pergunte, o que são as três marcas no teu peito? Eu direi, daquela vez que lutei contra um leopardo. Não, não me importo, que esteja a distorcer a realidade. Para mim, a realidade nunca existiu. Nunca consegui perceber o que realmente se passou. Não consigo justificar aquilo que fiz. Talvez, consiga desabafar. Talvez me forcem a cair, e por uma última vez, coberto de suor e dor, me forcem a dizer o que querem ouvir. Mas nunca me irei arrepender.
Nunca esquecerei. Nunca. E sei, que se pudesse voltar atrás, que se de algum modo pudesse impedir, todos os defeitos e erros que, marquei no meu destino, sei que não o faria. Se pudesse alterar as minhas escolhas e decisões erradas, no passado e futuro próximo e longínquo… Sei que não o faria. Pois, não estou arrependido.
Não me arrependo, de ter roubado. De ter mentido. De te ter conhecido. De te ter julgado mal. De um dia, arrependido pela minha vida, me ter sentado no beira de um quarto andar, e de ter olhado para o mundo, e ter dito, para que te quero? Para que quero eu lutar por um lugar neste nojo redondo? Para que quero ser alguém? Não tenho respostas. Nada de concreto para me guiar. Nenhuma bússola. Nenhum mapa para me localizar. Sou como qualquer outra pessoa. Sem respostas.
Arrependo-me, apesar de tudo, de algo. De ser quem sou.
MJCC (04.09.06) Um ultimo adeus? Até tu dizeres olá de novo.
Texto adiado e com data distorcida por recordações de dois anos.

24.8.06

Ser indesejado

Qual é a tua finalidade neste mundo? Porque raio apareceste por cá? Não tinhas nada mais interessante para fazer? Reparo que, apesar de não te desejar, de cada vez que oiço o teu nome, te odeio mais e mais, tu continuas a existir. Não te respeito, mas ainda vagueas por cá. És odiosa. Desde o primeiro dia que te conheci, que me interroguei. Vezes e vezes sem conta me interroguei, quem és? Como pode haver alguém assim? Serás boa ou má? Vejo que não é fácil acompanhar o teu passo. Várias vezes o fiz. Tentaste-me uma e outra vez para te seguir de mais perto. Para te encarar de cara. Mas inexplicavelmente, sabia as tuas consequências. Vi aquilo que o comum dos mortais se torna, quando se junta a ti. Reparei que se tornam viciados. Aditivos ao teu controlo. Não estava pronto. Sou uma criança. Não estou preparado para o que me guardavas.
Noto agora que te julguei mal. Noto agora o fascínio que tolda os olhos de jovens que te conhecem em primazia por um ecrã plasma. Vejo que até o teu nome engana aqueles que te conhecem de longe. Tomas várias formas apenas, para iludir aquele que as vê. Queres enganar o mundo a teu respeito. Vejo-me hoje ao espelho. Pelo meu olhar recordo-te. Tento esquecer que existes. Mas faze-lo é condenar todos os meus princípios. Não o farei.
Não esquecerei que existes. E quando fecho os meus olhos penso em ti. Vicio odioso. Tens vários nomes, por isso nem me atrevo a tirar um ao calhas. Se o fizesse estaria perdido. Pois apesar de tudo, existes em tudo o lado, em forma de pessoas, sentimentos, acções e nações.
MJCC (24.08.06) Quero que me odeies, tal como te odeio, e depois me peças perdão... Ouviste destino!?

2.7.06

Manchas eternas

Decisões incorrectas e desejos esquecidos. Posso resumir a vida assim. Não particularmente a minha, mas talvez a de qualquer outro ser humano comum. Com a nossa facilidade em quebrar os princípios que tanto defendemos. Com a nossa capacidade para não sermos quem gostaríamos de ser, apenas por termos cometido erros que podíamos ter evitado. Chega a uma altura na vida, que devemos reflectir no que nos tornamos. Parar para pensar. Olhar para trás e ver onde chegamos. Se somos hoje quem sempre quisemos ser. Se aquilo que chamamos de sonho, algo que sempre acreditamos ser possível, hoje não passa de uma fantasia ignorada, ou apenas uma via que consideramos irreal. Pois qualquer decisão que tomamos, qualquer sonho que perseguimos, será para sempre uma marca na nossa alma. Uma crosta que não conseguimos suportar, e que por nada no mundo a queremos a manchar o nosso corpo. E inconscientes não a deixamos sarar, não damos tempo para que esta acabe por desaparecer. E acabamos por tentar retira-la a força. Apressar o tempo e de algum modo querer que tudo volte ao normal mais rápido que previsto. Que tudo volte a ser como devia ser. Tentamos uma vez, duas, três talvez. E acabamos por ver que nada deve ser apressado. Somos simples tolos que agora ficamos manchados para a eternidade. E os erros que tanto quisemos resolver, são agora uma cicatriz na alma, uma mancha, grande, pequena, perpetua ou que, esperemos, só de passagem.
MJCC (2.07.06) Com cicatrizes a mais...

15.6.06

Juventude Perdida

Juventude. Dou por mim a ser jovem. Dou por mim a enfrentar aquilo que o mundo me preparou. Dou por mim, em busca do meu ópio. Pois cedi. Se já não acredito num mundo justo, e igual, onde a paz é mantida não por uma crença num Deus, mas pela vontade do homem; então é porque cedi, tal como tantos outros cederam antes de mim, e quiseram ser mais um. No fundo, nunca serei mais um. Apenas alguém que admira o que o mundo oferece para esquecer esta profunda e eterna mágoa. Enfrento pois aquilo que me rodeia, definindo a juventude.
Antro de vacas e pseudo-intelectuais, prontos a rastejar pelo mínimo sentimento de prazer e admiração. Lugar coberto de sanguessugas que se intitulam de ladrões, que trocam a integridade pelo som de moedas. São o que são pelas navalhas que ceifam velhas esperanças e mundos idealizados numa noite perfeita. Não fico intimidado, e continuo a definir aquilo que me rodeia. Não posso recorrer a esse ópio, que a tantos da prazer, apenas porque o mundo que tenho não é aquele que queria receber. Não posso recorrer ao ópio para esquecer a dor. A esse ópio de beber, que nos seca a goela e nos traz falsa segurança por uma noite feliz sem abrir os olhos, mas apenas a boca. Prossigo pois. Para aqueles mais simples, fracos de alma que gostam de se embebedar, de ser quem não são por uma noite. De serem alguém que não eles próprios. Sigo para aqueles que vivem intensamente mas são uns burros, enfim temos pena. Passo por aqueles, perdidos entre ondas e camisas que apelam para a não destruição das praias. Passo por aqueles que são admirados por terem um corte de cabelo a tigela e sabem, supostamente, se aguentar sobre uma prancha. Pseudo-surfistas nojo da juventude, apenas servem para serem mais uns nesta limitada sociedade. Passo para as miúdas que mostram os seus peitos á noite, e deixam os rebarbados se prenderem em decotes exagerados e fora da proporção, apenas por um sentimento de falsa admiração. Passo pelos parvos que se aproveitam dessas raparigas, puras e inocentes, que trocam a sua imaculada virgindade por umas mãos sujas de falsa ilusão de amor eterno. Passo pelas almas daqueles que concentram o seu sucesso em pequenas pastilhas, que se dilatam num copo. São como abutres prontos a receber os restos dum corpo que já nem alma tem. Passo por aqueles que gostam de ver. Voyeurs dum diabo. Que baseiam o seu prazer olhando os outros viver. Aqueles que, como qualquer mortal, desejam aquilo que não têm. Conspiram entre si os tamanhos insuficientes, os bêbados perdidos e aqueles que como eles ali ficam, prontos a apreciar um mundo que supostamente se resolve com uns óculos a dizer Ray Ban nas hastes. Mas nada fazem, gostam de ver. São aqueles que se queixam que nada lhes acontece a eles. Eu digo, pobres coitados. Não esqueço pois, aqueles que por ai pedem dinheiro para comprar um mísero chessburger. Mas á primeira esquina compram a sua droga, e acabam por se meter em vícios que nunca deviam ter começado. Aos convencidos, filhos da mãe conseguem tudo e no fundo não passam duns parvos com olhos azuis e uma lábia nojenta. E falo novamente nos bêbados, enfrascados sem se aguentarem em pé, saem a noite para se embebedarem em álcool. O ópio do povo? Não esse ópio não se baseia apenas em bebidas fortes que secam a alma e enriquecem as faces. A por ai muito ópio com nomes como futebol, discursos políticos e outras drogas que nos enriquecem o dia a dia com notícias de tablóide e falsas ilusões de prosperidade.
O meu ópio? Que interessa? No fundo anseio por entender esta juventude em que me encontro. A famosa "Juventude perdida...", mas claro que sim. Mas enfim, não estaremos todos perdidos? Que mal tem haver mais um? Perdido nesta imensidão que é o caos humano, coberto por miras de armas apontadas a cabeças, que esperançosas, se reencontram com a queda de muros que aguentam anos a fio pela teimosia humana.
MJCC (15.06.06) Pelo meu ópio, o sonho...

27.5.06

Solilóquio Piromaníaco

Arde. Queima. É Fogo. Gosta de mostrar que existe. Por onde passa deixa cinzas. Restos do passado que outrora foi presente. Algo que sempre pensou ter futuro, se não fosse o fogo. Destrói. Poluiu. Traz consigo uma temperatura insuportável. Faz-me soar. O fogo existe. Apesar de tudo não tem som. Não produz som. Apenas o crepitar das cinzas. Parece que o fogo anda por ai. Andam por ai muitos com a mania que são fogo. Ardem e queimam tudo o que vem. E para quê? Para continuarem vivos. Gostam de se exibir, e deixam para trás belezas destruídos que agora só tem um lugar no mundo. As cinzas? Almas destruídas. Acidentalmente condenadas para a eternidade por fazerem frente ao fogo. Basta-lhes agora dividirem-se em mil bocados, cada um mais pequeno que o outro, e desaparecerem do mundo. O alcance do fogo é enorme. Acima de tudo pelos empurrões que o vento dá. Muitas vezes injustamente, este estende-se por largas planícies indefesas. Destruindo e poluindo o mundo, andam por ai muitos fogos. Tem a sua utilidade não duvido, mas já foram ultrapassados. Apesar de tudo eles existem, líderes do mundo arranjaram maneira de queimar mais e mais, até serem um fogo eterno na contínua existência humana. A Temperatura sobe. Criaram um buraco que não querem fechar, e deixam os leigos pensarem que podem fazer a diferença. Tal é a dimensão do fogo que todos o temem. É um poder vermelho e negro, que toma tudo para seu proveito. Ninguém gosta de ter o fogo a aproximar-se de si, só significa queimaduras eternas ou morte.
No fundo, o fogo fascina-me...
MJCC (27.05.06) Porque existe...

9.5.06

Vontade de Fugir

Querer. Sim, não duvido. Ter um capricho, vontade crescente que não abandona. Negação contínua de existencialismo. Vontade de mudar. De ir... Passa pela mente de todos, pelo menos uma vez, querer fugir. Querer ser outra pessoa. Ser diferente. Desejo de ser alguém que não quem somos. Pensamos assim, essencialmente pelos erros que cometemos. Achamos que se fosse possível, começar de novo, ser diferente de quem somos, seríamos perfeitos. É horrível pensar no "se". Palavra obcecante que tolda a visão, mancha a memória.
A nossa vida, o curso das nossas acções, provem da nossa capacidade de tomar decisões.
É normal, a medida em que vivemos, podermos escolher a maneira que consideramos mais correcta de agir. Maior parte das vezes, esta depende de segundos. Por vezes de meses ou anos. Quando nos defrontamos com uma situação. E a nossa acção esta subordinada a nossa rapidez de acção. Um segundo antes, um segundo depois. Tudo ira nos afectar. E infelizmente, deparamo-nos com o "se". Ignoramos a nossa vida e pensamos no porquê. Se tivesse agido assim. Se tivesse agido mais cedo. A Vida obriga-nos a parar.
Paramos e olhamos para o que fizemos. Desculpamo-nos com um típico "Se calhar é melhor assim..." ou o clássico "Fica para a próxima." E por segundos pensamos. Somos superiores ao mundo. Pela primeira vez julgamos, temos noção que somos nós a controlar o nosso destino, a nossa vida. Que qualquer acção vem com uma reacção. E no fim, no fim de tanto pensamento, tanta dor, tanto arrependimento... queremos fugir. Dure o tempo que durar, pensamos em como seria a nossa vida, longe. Longe daqui. Longe deste vicio de quotidiano. Longe das centenas de caras que contemplamos. Longe das dezenas de segredos e mexericos que ouvimos. Longe... Longe de um mundo que julgamos conhecer. A mil léguas daqui, num lugar onde ninguém nos conheça. Num lugar onde tudo seria diferente. Abandonando este mundo. Lugar de vícios e enganos. Lugar de decisões e vontades. Lugar de acções e reacções.
Partindo, partindo sim, para um novo país. Novo lugar. Novas caras. Novas conversas. Novas oportunidades... Nova vida.
MJCC (09.05.06) Com vontade de ser útil...

21.4.06

Pena

Tenho pena. Tenho pena de nunca ter vivido. Tenho pena de ter vivido na ilusão que entendia ser o mundo. Tenho pena de nunca ser quem realmente sou. Estou arrependido. Arrependido, sim. Não sou ninguém, agora. Sou pouco mais que um sonhador. Um sonhador que odeia sonhar. Odeio admitir que todos me apreciam menos eu. Odeio saber que sou amado, mas repetir que não sou amado. Odeio amar, mas repetir que não sei amar. Odeio sonhar, quando o sonho é único sitio onde me sinto bem. Odeio sentir-me drogado pela tua alma sempre que te vejo.
E depois?
Que posso fazer? Ainda espero pelo dia em que sejas tu a procurar me. Que sejas tu a dizer que queres falar. Que sejas tu a ajudar-me a viver. Peço te. Por favor. Nunca me ajoelhei ou chorei para pedir algo de quem quer que seja. Mas ajoelho me agora, choro lágrimas que durante uma década e meio esperavam para saírem. Por favor... Fala comigo. Se não o fizeres, eu morrerei. Pelo menos quem sou irá morrer. E um pobre tolo passará a viver por mim. Um triste ser ocupara o meu dia. E eu, não serei mais que...nada. O resto do mundo, talvez...
MJCC (21.04.06)