2.11.06

Rastejar inseguro

Sentimento de culpa. Falta de sentido. Peço por mais.
A minha consciência cai. Por corredores negros, corro desesperado. A falta de razão. O medo da prisão. O meu mundo confuso. Rastejo para uma saída. A minha alma escurece. Morro lentamente. Pois já não me sinto confortável. Esta falsa segurança. Esta imagem translúcida de quem sou. Quero mais! Os meus defeitos marcam o meu reflexo. Sei que não devia ser assim. Sei que sou mais que tudo o que me corrompe. Mas não sou capaz. Trocava o ser poeta, por um dia ser ignorante. Preferia ser um idiota feliz, do que pseudo-intelectual. Cheguei a conclusão final. Ao momento da justiça. Ao deus que não existe. Nunca quis ser feliz. Nunca quis ver-me a sorrir. Porque considero isso, um luxo de mortais incultos. Considero o dom de ser feliz, de quem nada teme. De quem não se importa com o que o rodeia. E ainda hoje troco uma sala cheia por uma vazia. Pois não suporto. Não quero o ar sufocado com a presença de quem é feliz. Não consigo. Seguro-me a falsa imortalidade que construo. E admito que não quero mais.
MJCC (02.11.06) Simbologia feita razão