24.8.06

Ser indesejado

Qual é a tua finalidade neste mundo? Porque raio apareceste por cá? Não tinhas nada mais interessante para fazer? Reparo que, apesar de não te desejar, de cada vez que oiço o teu nome, te odeio mais e mais, tu continuas a existir. Não te respeito, mas ainda vagueas por cá. És odiosa. Desde o primeiro dia que te conheci, que me interroguei. Vezes e vezes sem conta me interroguei, quem és? Como pode haver alguém assim? Serás boa ou má? Vejo que não é fácil acompanhar o teu passo. Várias vezes o fiz. Tentaste-me uma e outra vez para te seguir de mais perto. Para te encarar de cara. Mas inexplicavelmente, sabia as tuas consequências. Vi aquilo que o comum dos mortais se torna, quando se junta a ti. Reparei que se tornam viciados. Aditivos ao teu controlo. Não estava pronto. Sou uma criança. Não estou preparado para o que me guardavas.
Noto agora que te julguei mal. Noto agora o fascínio que tolda os olhos de jovens que te conhecem em primazia por um ecrã plasma. Vejo que até o teu nome engana aqueles que te conhecem de longe. Tomas várias formas apenas, para iludir aquele que as vê. Queres enganar o mundo a teu respeito. Vejo-me hoje ao espelho. Pelo meu olhar recordo-te. Tento esquecer que existes. Mas faze-lo é condenar todos os meus princípios. Não o farei.
Não esquecerei que existes. E quando fecho os meus olhos penso em ti. Vicio odioso. Tens vários nomes, por isso nem me atrevo a tirar um ao calhas. Se o fizesse estaria perdido. Pois apesar de tudo, existes em tudo o lado, em forma de pessoas, sentimentos, acções e nações.
MJCC (24.08.06) Quero que me odeies, tal como te odeio, e depois me peças perdão... Ouviste destino!?