31.8.06

Ausência Justificada

Percebo agora, que não foste um erro. Percebo agora, que não estou arrependido. Percebo agora, que nunca te esquecerei. E porquê? Porque razão me atormentas tanto? Porque é que em tudo o que faço, és a minha sombra? Não estou arrependido. Percebo agora, que os erros que cometo, são de louvar. Estou e para sempre estarei, satisfeito, por ter cometido erros na vida. Pois é dos erros que aprendemos a viver. Não me arrependo de os ter cometido. Talvez os cometa outra vez, e outra vez, e outra vez. No fundo sou humano. Sei que errar faz parte do meu crescer. Fazem parte da minha existência. Não me arrependo. Não me massacro mais. Não me importo. Percebo agora.
Os erros que tanto quis negar. Tanto quis esquecer. Tanto quis, poder voltar atrás, para não os fazer. São hoje, cicatrizes. São hoje marcas. Marcas que fazem de mim quem sou. Talvez me possa orgulhar delas. Talvez um dia alguém pergunte, o que são as três marcas no teu peito? Eu direi, daquela vez que lutei contra um leopardo. Não, não me importo, que esteja a distorcer a realidade. Para mim, a realidade nunca existiu. Nunca consegui perceber o que realmente se passou. Não consigo justificar aquilo que fiz. Talvez, consiga desabafar. Talvez me forcem a cair, e por uma última vez, coberto de suor e dor, me forcem a dizer o que querem ouvir. Mas nunca me irei arrepender.
Nunca esquecerei. Nunca. E sei, que se pudesse voltar atrás, que se de algum modo pudesse impedir, todos os defeitos e erros que, marquei no meu destino, sei que não o faria. Se pudesse alterar as minhas escolhas e decisões erradas, no passado e futuro próximo e longínquo… Sei que não o faria. Pois, não estou arrependido.
Não me arrependo, de ter roubado. De ter mentido. De te ter conhecido. De te ter julgado mal. De um dia, arrependido pela minha vida, me ter sentado no beira de um quarto andar, e de ter olhado para o mundo, e ter dito, para que te quero? Para que quero eu lutar por um lugar neste nojo redondo? Para que quero ser alguém? Não tenho respostas. Nada de concreto para me guiar. Nenhuma bússola. Nenhum mapa para me localizar. Sou como qualquer outra pessoa. Sem respostas.
Arrependo-me, apesar de tudo, de algo. De ser quem sou.
MJCC (04.09.06) Um ultimo adeus? Até tu dizeres olá de novo.
Texto adiado e com data distorcida por recordações de dois anos.

24.8.06

Ser indesejado

Qual é a tua finalidade neste mundo? Porque raio apareceste por cá? Não tinhas nada mais interessante para fazer? Reparo que, apesar de não te desejar, de cada vez que oiço o teu nome, te odeio mais e mais, tu continuas a existir. Não te respeito, mas ainda vagueas por cá. És odiosa. Desde o primeiro dia que te conheci, que me interroguei. Vezes e vezes sem conta me interroguei, quem és? Como pode haver alguém assim? Serás boa ou má? Vejo que não é fácil acompanhar o teu passo. Várias vezes o fiz. Tentaste-me uma e outra vez para te seguir de mais perto. Para te encarar de cara. Mas inexplicavelmente, sabia as tuas consequências. Vi aquilo que o comum dos mortais se torna, quando se junta a ti. Reparei que se tornam viciados. Aditivos ao teu controlo. Não estava pronto. Sou uma criança. Não estou preparado para o que me guardavas.
Noto agora que te julguei mal. Noto agora o fascínio que tolda os olhos de jovens que te conhecem em primazia por um ecrã plasma. Vejo que até o teu nome engana aqueles que te conhecem de longe. Tomas várias formas apenas, para iludir aquele que as vê. Queres enganar o mundo a teu respeito. Vejo-me hoje ao espelho. Pelo meu olhar recordo-te. Tento esquecer que existes. Mas faze-lo é condenar todos os meus princípios. Não o farei.
Não esquecerei que existes. E quando fecho os meus olhos penso em ti. Vicio odioso. Tens vários nomes, por isso nem me atrevo a tirar um ao calhas. Se o fizesse estaria perdido. Pois apesar de tudo, existes em tudo o lado, em forma de pessoas, sentimentos, acções e nações.
MJCC (24.08.06) Quero que me odeies, tal como te odeio, e depois me peças perdão... Ouviste destino!?